A Diretriz Americana para avaliação de pacientes adultos recém-diagnosticados e criticamente doentes com febre, recomenda a medição dos níveis séricos de PCT como uma ferramenta diagnóstica adjunta para discriminar a infecção como causa de apresentações de febre ou sepse. A medição de PCT é recomendada para o diagnóstico precoce da sepse e descontinuação da antibioticoterapia pelas Diretriz Alemã de Sepse e Diretriz de Sobrevivência da Sepse.

A Diretriz Alemã para o manejo de Infecções do Trato Respiratório Inferior em adultos (ITRI) recomendam o teste de PCT para administração de antibióticos em pacientes com ADCOPD (DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e pneumonia adquirida na comunidade. O PCT também foi incluído nas Diretrizes Europeias para o manejo de ITRI em adultos.

A Agência de Pesquisa e Qualidade em Assistência à Saúde (AHRQ) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA emitiu uma avaliação comparativa de eficácia sobre “Terapia com
antibióticos guiada por Procalcitonina” em outubro de 2012 com uma conclusão afirmando que: A orientação da procalcitonina reduz o uso de antibióticos quando usada para descontinuar antibióticos em pacientes adultos na UTI e para iniciar ou descontinuar antibióticos em pacientes com infecções do trato respiratório.

Vantagens PCT sobre outros marcadores:

A curta meia-vida (25-30 horas no plasma) da PCT associada à especificidade para infecções bacterianas, dá uma clara vantagem sobre os outros biomarcadores inflamatórios, incluindo Proteína C Reativa (PCR), contagem de glóbulos brancos (WBC) e interleucina-6 (IL-6).

1) A concentração de PCT não aumentará devido a infecções menores, a menos que sejam acompanhadas por inflamação sistêmica.

2) A infecção viral apenas causa uma pequena elevação dos níveis de PCT. Os níveis sanguíneos de PCT estão geralmente abaixo de 0,25ng/mL, enquanto a infecção bacteriana resulta em um
aumento rápido e acentuado de 0,5ng/mL a > 10 ng/mL. Isso faz com que o teste PCT seja a ferramenta diagnóstica mais útil na diferenciação da infecção viral da infecção bacteriana.

3) A concentração de PCT aumenta num estádio anterior da infecção, e os níveis de PCT tornam-se detectáveis dentro de 2-4 horas e atingem o máximo de 6-24 horas. Em comparação; a PCR é uma proteína de fase aguda que reage a infecções relativamente pequenas e os níveis de PCR levam de 12 a 24 horas para aumentar. Também leva mais tempo para cair. Em contraste; os níveis de PCT diminuem rapidamente quando a infecção é controlada pelo sistema imunológico e apoiada por terapia antibiótica.

4) Os níveis de PCT correlacionam-se com a extensão e a gravidade da infecção e têm implicações sobre o curso da doença e o risco de mortalidade em pacientes críticos. Estudo clínico da Divisão de Terapia Intensiva Médica dos Hospitais Universitários da Suíça comparou a eficácia da PCT como marcador para diagnóstico de sepse de pacientes em UTIs com PCR e IL-6 e Lactato. Em análise, as concentrações séricas de PCT foram as variáveis laboratoriais mais confiáveis para o diagnóstico de sepse em comparação com PCR, IL-6 e Lactato. Concentrações de PCT >1 ng/mL tiveram sensibilidade de 89% e especificidade de 94% para o diagnóstico de sepse.

Quando fazer teste de PCT?
– Diagnóstico, estratificação de risco e monitoramento de sepse e choque séptico;
– Diferenciação de infecção bacteriana da infecção viral do trato respiratório;
– Determinação do tempo de tratamento com antibióticos em infecções respiratórias; –
Monitorando a resposta à terapia antibacteriana;
– Diagnóstico de infecção secundária sistêmica: pós-operatório, pós-transplante de órgãos e
em queimaduras graves, falência múltipla de órgãos e trauma grave.

Quando detecção de PCT pode ser realizada:
– Diagnóstico bacteriano e sepse em adultos e crianças (incluindo recém-nascidos);
– Diferenciação bacteriana de meningite viral;
– Diagnóstico de envolvimento renal em infecções pediátricas do trato urinário;
– Diagnóstico de infecção bacteriana em pacientes neutropênicos;
– Diagnóstico de artrite séptica.

Diagnóstico de Sepse na UTI Recomenda-se que pacientes admitidos na UTI com sepse presumida/choque séptico tenha os níveis de PCT analisados na admissão e a medida repetida durante os próximos 2 dias. As decisões relativas à antibioticoterapia podem então ser tomadas com base na dinâmica da PCT e nos dados clínicos específicos do paciente. De acordo com estudos publicados, o Algoritmo 1 é o diagnóstico inicial de sepse e uso de antibióticos, e o algoritmo 2 é o acompanhamento e determinação da duração do uso de antibióticos.

Normal: 72 horas em adultos

Suspeita de Sepse: Considerar iniciar antibióticos em todos os pacientes instáveis

0.1 – 0.5 ng/mL – Baixa probabilidade de sepse; Antibióticos não indicados.

0.5 ng/mL – Aumento da probabilidade de sepse; Antibióticos indicados.

 

2.0 ng/mL – Alto risco de sepse/choque séptico; Antibióticos fortemente indicados.

 

Produtos Relacionados: ECO-F PCT – Eco Diagnóstica (https://centerlabsp.com.br/produtos/point-of-care/eco-f-pct-eco-diagnostica)

 

Por Carlos Moro,

Consultor Científico de Negócios.